sexta-feira, junho 29, 2007

Angra 3 e as miopias oficiais

Pela enésima vez, a construção de Angra 3 voltou à pauta. Mas, agora, esse debate exige mais atenção Não apenas porque a usina pode ser o ponto de partida para um novo programa nuclear brasileiro, com a instalação de outras plantas em São Paulo e no Nordeste. Mas, também, porque os R$ 7,2 bilhões que o governo planeja destinar à Angra 3 estão fazendo falta em áreas que podem levar o Brasil a sair na frente da corrida pela energia que substituirá parte do uso dos combustíveis fósseis.

Trata-se das pesquisas da viabilidade econômica da produção de etanol a partir da celulose. No nosso caso, da celulose contida no bagaço da cana que produzimos em enorme escala. Nessa área, temos quase tudo: conhecimento científico desenvolvido e condições naturais – solo, insolação – que garantem enormes vantagens comparativas do Brasil. Só carecemos da decisão política para dar prioridade de estado a essa opção estratégica.

A pesquisa do álcool de celulose é tão cara e demorada quanto potencialmente lucrativa. Exige um esforço persistente. É por isso que há anos os Estados Unidos investem centenas de milhões de dólares nesta área. É tanto dinheiro que, como estima o neozelandês Alan MacDiarmid, Prêmio Nobel de Química em 2000, já em 2008 os EUA deverão ultrapassar a vantagem tecnológica que o Brasil possui nesse campo. Há dois anos, em palestra na Unicamp, MacDiarmid alertou o governo brasileiro dessa ameaça.

Mas, crescimentista que é, o governo Lula prioriza o retorno de investimentos no prazo curto. Estaria inclinado mesmo em investir alguns bilhões de dólares nas obras de Angra 3 e sequer considerou o álcool de celulose. Ou, pelo menos, não pautou nesse sentido o seu Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que em reunião na segunda-feira (25) optou por recomendar a construção de Angra 3 e, ao que se sabe, sequer debateu o problema do álcool de celulose.

Talvez haja como explicar a omissão. O problema é que o governo fez a opção pelo crescimento econômico como um fim em si mesmo. Isto exige projetos cada vez maiores, na suposição de que a expansão do PIB demandará grandes blocos de energia. O truque escondido nessa equação é imaginar que o resultado final (grandes projetos) não pode ser outro porque os pressupostos (o crescimento a qualquer custo) foram orientados para atingir esse fim.

Não ocorre aos planejadores olhar a questão energética de outros pontos de vista que não a do permanente aumento da capacidade de geração. Talvez fosse o caso de diminuir demanda por energia, talvez fosse o caso de aproveitar melhor a fonte que já temos, como o álcool de cana, que desperdiça bilhões de toneladas de bagaço. Bagaço é celulose e poderia gerar ainda mais álcool. Mas, para ser viável economicamente, essa tecnologia carece de pesquisa. E de dinheiro. E o dinheiro está indo para Angra 3 e seus filhotes.

Reduzir o consumo de energia também é necessário. O Brasil não se sustenta tendo que fornecer quantidades cada vez maiores a um sistema desperdiçador de energia. Há muito os pesquisadores indicam que a energia mais barata é aquela que não é gasta. Mas essa energia, que exige pouca ou nenhuma obra, não entra no rol de considerações do nosso governo.

O planejamento energético também poderia incorporar o estímulo a cadeias produtivas que agregassem valor tecnológico e econômico, que fossem poupadoras de energia e alimentadas por fontes renováveis – eólica, solar, biomassa. Não apenas para gastar menos energia, mas, também, para que o Brasil adotasse uma posição pró-ativa no campo das mudanças climáticas. (É bom lembrar de outra miopia do governo brasileiro, que se recusa a adotar políticas públicas sérias para fazer despencar o crescente índice de emissão de gases gerados pela queima de floresta, que nos colocam entre os maiores poluidores do planeta.)

Enquanto vacila no desenvolvimento do álcool de celulose, o Brasil vai embarcando numa canoa que pode furar a qualquer momento. Em março, Lula firmou compromissos com Bush para utilizar a competência científica desenvolvida desde o aparecimento do pró-álcool, em meados da década de 1970, para transformar nosso País numa espécie de gerente de uma rede mundial de fornecimento de etanol ao enorme mercado dos EUA.

O problema é que os EUA não pretendem ficar no papel de consumidores finais de um produto sobre o qual eles teriam pouca gerência – é isso que hoje acontece com o petróleo que hoje importam de países instáveis, que sempre podem se insurgir contra Washington, como a Venezuela e o Iraque.

Por isso os EUA querem a supremacia também na produção do álcool de celulose – a partir de qualquer biomassa, de milho a cascas de arroz e ramos de árvores – e por isso investem pesado na viabilização econômica do álcool de celulose.

O Brasil corre o risco de investir do próprio bolso vários bilhões de dólares para produzir etanol e, logo no médio prazo, ficar com um enorme mico nas mãos, caso os EUA logo ali na frente abandonem a compra do etanol produzido internacionalmente, para consumir o álcool de celulose gerado em seu mercado interno. Mas, em vez de se dedicar a vencer essa corrida, o Brasil prefere despender seus caraminguás na velha tecnologia nuclear. A miopia pode ficar muito cara.

Também publicado em http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_Post=63628&a=112

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Discordo. Acho Angra 3 necessária sim. Vou tentar dizer em 15 pontos (ou resumir) do porquê eu acredito que o Governo tomou a decisão correta, num ponto de vista pessoal, fornecido numa forma democrática, quanto à retomada dessa obra:

1. Planejamento Energético
Antes de tudo, quando pensamos em investir em geração de energia elétrica, para sustentar a demanda de um país em crescimento, devemos escolher a melhor solução de engenharia baseados em fatos e dados. Devemos nos perguntar : O investimento é viável técnica e economicamente ? No caso de abstecimento de energia elétrica nacional, temos que ter em mente : 1. Segurança de suprimento e; 2. Custo final tarifário (incluindo custos da planta e do combustível, custos de geração e transmissão da energia, descomissionamento da planta, seguros e etc.). Todas as opções de fontes energéticas disponíveis pela engenharia atual tem suas vantagens e desvantagens. Devemos pesar todas as alternativas e tomar uma decisão. Devemos começar pelas de menor custo tarifário mas, como dito, garantindo a segurança de que não vai faltar de energia, em períodos de seca por exemplo. Aparentemente o governo nacional tem aprendido com seus próprios erros e os leilões de energia promovidos pela ONS e os planos decenais de energia elétrica (PDEE) são exemplos que os assuntos tem sido tratados de uma forma aparentemente correta do ponto de vista gerencial. Segundo o próprio PDEE, temos que diversificar ou fazer um MIX das fontes energéticas existentes. Se ficarmos totalmente dependentes da energia hidrica, correremos o risco de um apagão em épocas de seca (tal qual o mal-humor de São Pedro ocorrido em 2001, gerando o apagão). Alguns fazem um paralelo desse problema à aplicação no mercado financeiro: Você quer a maior rentabilidade mas quer uma segurança de ter um mínimo de retorno. Então você aplica parte num fundo mais agressivo e outro num conservador.

2. Segurança de abastecimento
As usinas térmicas (tal qual nuclear, gás e carvão) são COMPLEMENTARES a usinas renováveis (seja HIDRO,VENTO,SOLAR etc), segundo o Operador do Sistema Nacional (ONS). Segundo os técnicos, as usinas térmicas (seja Angra 1,2,3 ou a base de GN, óleo ou carvão) são importantes porque ajudam na SEGURANÇA DE SUPRIMENTO ENERGÉTICO (Eólica, solar hídrica e outras do gênero embora tenham a vantagem de serem energias do tipo renováveis, elas sofrem com os caprichos da natureza - Elas precisam de uma fonte "FIXA" (térmicas) que operam sem interrupção na base do sistema elétrico, para manter essa segurança de suprimento na base do sistema interligado nacional, sobretudo nos períodos de seca. Não se pode trocar nuclear por eólica ou outra fonte dependente das condições climáticas por essa razão. Se o fizer vai continuar tendo uma maior risco de apagão. Por isso que a Ministra Marina Silva está equivocada quando cita que a opção nuclear deveria ser trocada pela eólica. Ela deveria defender a não-retomada de Angra 3 em pró de uma outra usina térmica, pelas razões acima expostas. A exploração do potencial hidráulico esbarra em grandes dificuldades de licenciamento ambiental, e como as futuras hidrelétricas ficarão cada vez mais distantes dos principais centros de consumo, o custo dessa energia será crescente e o sistema ficará mais vulnerável, porque as longas linhas de transmissão podem ser repentinamente interrompidas por intempéries.

O governo tem estimulado a exploração de fontes alternativas para geração de energia, mas a oferta não vem se mostrando substancial, e a custos razoáveis. Goste-se ou não, o país não pode prescindir da chamada energia térmica, com geração de energia a partir de combustíveis fósseis em áreas próximas aos centros de consumo.

3. Custos operacionais
O Custo atual (julho 2007, a aproximados R$138/MWe no Brasil -ou o equivalente 0.065U$/KWe existente nos EUA, nas diversas usinas nucleares do setor privado, diga-se de passagem), da nuclear atual é competitivo, com base nos últimos leilões de energia promovidos pela ANEEL, para as térmicas, visto aumento do preço do gás Boliviano recentemente). O custo para energia eólica, para efeitos comparativos, está na ordem de 0.15U$/kw (http://www.geofisica.cl/English/E%20alt.htm ). O Próprio governo admite uma tarifa subsidiada nos leilões de energia para as eólica a cerca de R$180/Mw, através do PROINFA. Além disso, a energia eólica é sabido que o Fator de Capacidade (FC) gira em torno de 10 a 15%, (ou seja é difícil armazenar energia) o que gera grandes perdas e baixo rendimento. Nas térmicas (Nuclear, óleo, carvão, GN, etc) esse número pula para acima de 85% (porque não depende dos caprichos da natureza - chove ou não, venta ou não, etc). Trocando em miúdos, para trocar Angra 3 por um parque eólico da mesma capacidade (de 1350 Mwe de energia firme), precisamos de aproximadamente 7 vezes uma fazenda de aerogeradores com a mesma capacidade. O futuro da energia eólica é promissor, mas hoje ainda não é uma alternativa para ser implementada em larga escala, nos lugares já vistos onde isso é possível, para suprir a demanda que o País vai necessitar. Eu diria que o CNPE demorou a tomar a decisão porque isso também foi avaliado. O Brasil postergou a decisão de retomar o programa nuclear (por vários anos) pela alternativa mais viável do gás natural. Com os recentes problemas do gasoduto da Bolívia, a Nuclear ficou novamente atrativa como fonte de enérgia de origem térmica. A usina nuclear tem um alto investimento para a construção (a retomada de Angra 3 é estimada em U$3.7bi). Podemos perguntar : Isso não é muito caro ? Não poderíamos construir várias outras térmicas à base de GN com maior potência com esse mesmo valor ? A resposta é : o custo da usina realmente é alto, mas o combustível é barato, ao contrário do GN. No final então vc tem que ver é o R$/MW final que ela vai gerar. A Nuclear e o GN dão no final valores da ordem de dá R$140/MW. Ou seja, ambas são competitivas. Para efeitos comparativos, a eólica (embora não seja uma alternativa técnica de substituição das térmicas conforme dito anteriormente está hoje atualmente na ordem de R$180 em programas subsidiado pelo Governo (PROINFA). Solar ? Acima de R$200/MW. A boa é a hídrica (que graças a Deus temos de sobra). O problema é que : 1. Ela sofre com o humor de São Pedro (precisa da térmica). 2. Os usinas potenciais de serem construídas estão ficando cada vez mais longe dos grandes centros (i.e., amazônia). Os países desenvolvidos tem uma grande parte da energia gerada pela opção nuclear porque eles há muito tempo esgotaram o pouco potencial hídrico que tinham. A energia de usinas nucleares -caras de construir e baratas de operar- é competitiva só se a obra não sofrer atrasos e acréscimo de custos. O investimento em Angra 3 é de US$ 1.800 por quilowatt (a referência internacional está em US$ 1.300-1.500), e o custo de geração vai a estimados R$ 131 a R$ 169 por megawatt-hora, que cabem raspando na referência dos leilões de energia nova (inferior a R$ 140/MWh). Relação investimento/potência (U$1.85_Jul07)
Madeira = 4.98R$bi/Gw = 2.908 U$/kw
Angra 3 = 5.38R$bi/Gw = 2.692 U$/kw
Num país como o Brasil, reside no preço final da energia a maior incógnita sobre Angra 3.

4. Fatores Ambientais
Diferentemente do passado, fatores ambientais tem agora impulsionado a energia nuclear como uma alternativa limpa de geração de energia. O tal falado "Aquecimento global" tem impulsionado a energia nuclear porque diferentemente das outras fontes térmicas não emite gases de efeito estufa, tal qual o CO2 emitido quando na queima de combustíveis fósseis (óleo, carvão ou gás). Para efeito comparativo, enquanto Angra gerariam 1000m3 de CO2 durante 40 anos de operação, no caso para a mesma potência se carvão isso seria equivalente à 28 milhões de m3. Atualmente até a ONU via o IPCC recomenda a energia nuclear hoje em dia como uma boa opção para gerar energia elétrica com objetivo de redução de emissão de gases que aumetam o "efeito estufa" (veja seu terceiro relatório) . Vários ambientalistas tem mudado de opinão quanto à utlização da energia nuclear para fins pacíficos recentemente, entre eles Patrick Moore (que é Fundador do Greenpeace) e James Lovelock (criador da teoria Gaia). Hoje eles são favoráveis a nuclear porque entendem que o Global Warming o que é uma ameaça muito maior do que qualquer outra coisa. Conforme apontado pelo Professor Goldenberg (USP), de fato, há outras causas que tem maior uma contribuição do que os gases gerados pelas usinas térmicas (tal qual as queimadas). Mas, se essas usinas não são A solução, elas podem ser consideradas uma parte dela. Pessoas incentivam uso de lâmpadas halogenas ao invés de incandescentes, ou mater a pressão adequada dos pneus para evitar gasto excessivo de combustível. Esses exemplos também não são solução, mas fazem parte. Um argumento bom nesse sentido é a China cuja grande parte da geração de energia (cerca de 40%) se dá pela queima de carvão. O próprio governo chinês já anunciou planos de substituição dessa fonte através do uso de usinas nucleares de terceira geração.
De fato, até hoje nunca encontrei uma pessoa que queira destruir o meio-ambiente. Eu também me considero um ambientalista como todo mundo. Tenho carteirinha do PV e tudo. Só que não concordo com o dogma "vc tem que ser democraticamente contra nuclear" para ser ambientalista.

5. Próxima dos grandes centros consumidores (SP, RJ e MG).
Uma usina térmica pode ser instalada em qualquer lugar. A do tipo nuclear é ideal que seja próxima ao mar ou um grande rio para resfriamento dos seus turbogeradores (existem soluções de se usarem grandes torres de resfriamento, porém são mais dispendiosas). O potencial hidrelétrico do eixo Sul-sudeste encontra-se próximo do seu limite. As grandes usinas atuais hidrelétricas são planejadas para regiões mais distantes desses grandes centros (i.e., Amazônia).

Expandir o parque térmico com base no gás natural é algo temerário, pois o Brasil ficará dependente de fornecedores externos. O uso do carvão, do diesel ou do óleo combustível traz inconvenientes ambientais.

Assim, entre as opções postas sobre a mesa, a energia nuclear vai se configurando como uma das mais viáveis, começando por um projeto que está a meio caminho andado, a usina Angra 3 (que ficará a 130 quilômetros do Rio, a 220km de São Paulo e a 350km de Belo Horizonte).

6. Segurança operacional
Não dá para acontecer um acidente do tipo da usina de Chernobyl no Brasil. Naquele reator (tipo RBMK), não existia prédio de "contenção", ou seja, com a ignição do grafite (moderador) os produtos de fissão radioativos foram lançados na alta atmosfera após a explosão da tampa do reator depois do acúmulo de pressão dentro do vaso. Nos reatores PWR (ANGRA 1,2,3) o moderador é a água e HÁ prédio de contenção. Hoje opera-se com coeficiente de reatividade negativo (i.e, se houver aumento de temperatura operacional estabelecida, a reatividade cai, consequentemente a fissão nuclear e a própria temperatura). Os diversos reatores no mundo acumulam 12000 usinas-ano de experiência (i.e., uma usina com 12000 anos de experiência ou 12000 usinas com 1 ano de experiência). A possibilidade de acidente em usinas do tipo Angra 3 é quase 0%. O pior acidente da história em usinas do tipo PWR é considerado historicamente o de TMI. Lá houve "Fusão total do reator". O que aconteceu ? Nada. Ninguém morreu e não houve vazamento de radioatividade. Com o pédio de contenção o tipo de acidente que aconteceu em Chernobyl (1986?- 20 anos atrás) É IMPOSSÍVEL de acontecer aqui. MAs do que tudo o acidente de TMI nos ensinou que os sistemas de segurança projetados de fato "funcionam". O acidente poderia ser considerado como um "teste de acidente real". Com o avanço natural da tecnologia humana, a indústria nuclear também tem avançado em segurança, produtivadade e custos finais de geração elétrica. É insensato comparar-se o atual estado da indústria nuclear hoje com o existente nas décadas passadas.

7. Terrorismo psicológico
Também devemos perguntar porque os setores contrários à retomada das obras acabam sempre caindo para outra área de discussão (corrupção em obras, atrasos na construção de usinas passadas, lembranças ao acidente de Chernobyl, bombas nucleares, e etc). Parece que isso tudo é uma cortina de fumaça que insistem em alardear, porque não há fundamentos sólidos para evitar a expansão da energia nuclear no Brasil e no mundo. Como exemplo, as fotos do dia seguinte à aprovação da retomada da usina mostraram pessoas em frente ao congresso associando a divulgação da decisão do CNPE com uma pessoa vestida de foguete (nuclear?). Quer dizer, foi cômico, pra falar o mínimo. Historicamente enquanto o Gás estava barato, a indústria nuclear enfrentou um "apagão" de mais de 20 anos. Desde os históricos acidentes de fato novas usinas não foram construídas. Entretanto a indústria nuclear não parou seu desenvolvimento e progresso (junto com outras ramos indútriais – automobilístico, aeronáutico, etc. ). Os avanços obtidos pela indústria nuclear nesses últimos anos em segurança operacional (principalmente), custos de geração e produtividade são inúmeros. Como exemplo, a INPO nos EUA avalia todos os 103 reatores anualmente. Os resultados de diversos indices avaliados são disponíveis. De forma similar as usinas de Angra são auditadas pela WANO e bons avanços tem sido obtidos pelos profissionais brasileiros.

8. Bombas atômicas – Associação com planos militares da década de 70. Pela constituição ( O Brasil junto com a Nova Zelândia são os únicos países no mundo que tem estamapado em seu texto) que energia nuclear é SÓ PARA FINS PACÍFICOS. A tecnologia nacional empregada atualmente faz o enriquecimento isotópico do urânio de 0,8% (natural) até nos máximo 5%. Para que esse material fosse utilizado para outros fins, esse percentual deveria que ser elevado para valores acima de 90%. Além de tudo, para que uma bomba ? O Brasil tem convívio pacífico com seus pares na América do Sul e não tem um histórico de envolvimeno em conflitos armados internacionais. Acredito que é vontade popular que o país não deva construir, testar, ou pesquisar sobre armamentos nucleares, e que acima de tudo cumpra-se a lei (ou a constituição).

9. Rejeitos nucleares
A ministra Marina Silva costuma mencionar a atual não-solução tecnógica do Lixo atômico. Primeiro, o que é "LIXO" Atômico ? Veja o link que a ETN disponibiliza em seu Website para ver "fotos" do lixo que Angra 1 e 2 armazenam. Quem desconhece o assunto imagina um aterro sanitário ou coisa parecida. Essas usinas – e também quando for instalada Angra III – tem em suas instalações uma piscina onde todo o combustível utilizado (e economicamente viável ter ser substituído por um novo) é armazenado para que seja resfriado. Elas mantém também depósitos iniciais para estocagem tanto desses combustíveis usados (considerados rejeitos de alta radiação), bem como outros depósitos de rejeitos de baixa e média radiação. Há um planejamento de remoção desses rejeitos para depósitos finais. Tem existido um monitoramento desses rejeitos onde normas nacionais (CNEN) e internacionais (AIEA) tem sido respeitadas e auditadas. Entretanto, é fato que, o gerenciamento de rejeitos pode ser considerado "calcanhar de aquiles" da industria nuclear hoje. Mas isso é pouco - é armazenado na própria usina em depósitos ditos "inicias" - e acredito que com o avanço da tecnologia novas soluções virão. Atualmente pode-se : 1. Reprocessar, 2. Estocar em depósitos geológicos estáveis. 3. Outros tecnologias tem apontado a redução da radioatividade de 10000 para 100 anos, o que tornará o problema de gerenciamento do rejeito totalmente resolvido do ponto de vista de engenharia. Para efeitos comparativos, a medicina nuclear também gera rejeitos radioativos. Da mesma forma se nos posicionarmos contrários as usinas nucleares, devemos também ser "contra" a Medicina Nuclear ? Em várias indústrias existem medições em que elementos radioativos são usados. Devemos, da mesma forma acabar com essas técnicas ? O que julgamos ter um maior risco : 1. Vários rejeitos radioativos espalhados pelo Brasil em pequena quantidade ou ; 2. Uma quantidade maior armazenado em um único lugar (Usinas de Angra). O acidente de Goiânia nos ensina que a primeira alternativa tem maior risco.

10. Necessidade de aumento da oferta de energia no país
O Sr. Maurício Tomasquim (presidente do CNPE) disse : "Ou aumentamos a geração de energia elétrica (TODAS AS FONTES SÃO BEM-VINDAS - Eólica, Hidrica, Nuclear, etc) ou vamos frear o crescimento pela falta de oferta desse insumo". Um bom exemplo é uma foto disponível na internet onde é mostrado o mundo a noite e a disponibilidade de energia nos diversos continentes. O link é : "http://www.pruetts.com/images/earth-at-night-1600x1200.jpg". Veja a diferença entre a disponibilidade de energia e reflita sobre a relação entre isso e o desenvolvimento social alcançado pela sociedades nesses continentes. O Brasil atualmente tem um consumo menos da metade de Portugal (Kw/habitante). Será que devemos postergar ou criticar decisões de novas usinas (seja quais forem) sejam construídas ? Angra 3 é uma parte da solução junto com as recentes aprovadas usinas do Rio madeira, e todas as existentes, e em construção no nosso território. Para refletir sobre o tamanho do desafio que o Governo tem em criar novas fontes de geração de energia, lembremos que :
- O sistema brasileiro de transmissão é todo interligado.
- A base do sistema é hidrelétrica (mas precisa das térmicas para regular períodos de seca)
- Países que tem + de 5milhões de km2, com + de 150 milhões de pessoas com + de U$6bi/PIB = Brasil, China e USA
- Só o Brasil tem tamanha dependência de hidrelétrica (tirando o Paraguai).
- Infelizmente cada vez mais novas fontes hidricas se encontram longe dos grandes centros consumidores (exemplo – Região Norte, Amazônia/ Rio Madeira).

11. Outras vantagens
A manutenção dos equipamentos para condições de uso tem custado U$20 milhões anualmente aos nossos bolsos (Tesouro nacional), valor que será eliminado após a retomada da construção.
Angra 3 além de gerar empregos, renda e desenvolvimento, ela também é o ponto de equilíbrio para tornar o ciclo do combustível viável econômicamente no Brasil. Atualmente a INB (que é responsável pelo ciclo completo do combustível no país, pela legislação atual) mantém toda uma estrutura para fornecimento de combustível somente para 2 usinas. Com a entrada de Angra 3, a ajuda dada pelo Governo para manter a empresa funcionando não será mais necessária.
Com a entrada de Angra 3 a ETN poderá pensar em ciclos de 18 ou 24 meses e aumentar o fator de capacidade ao invés de ciclos anuais 85% é. Com 3 usinas uma maior flexibilidade operacional será obtida pela ETN para atender a demanda de energia, de modo que haverá a possibilidade de para baixar o custo de geração (R$/MW) final.
Com a mudança do sistema elétrico nacional de uma base hídrica pata uma base térmica-hídrica, Angra 3 permitirá uma menor dependência do gás importado atualmente. Os recentes problemas geo-políticos (tal qual os recentes acontecido na Bolívia/Morales, ou com o forneciemento da Rússia para a Europa) reforçam a necessidade que o país tem que diversificar o combustível de suas usinas térmicas. Portanto, com base nos vários fatores acima enumerados (segurança operacional, aquecimento global, custos atuais, necessidade de aumento de geração e outras vantagens), a retomada da construção de Angra 3 se configura como uma opção vantajosa sob esses vários aspectos.
A energia nuclear é apontada como a forma mais econômica de obtenção do hidrogênio (que vai ser a economia do futuro). Continuar investindo nessa tecnologia poderá nos permitir uma vantagem competitiva futura. Historicamente houve um aumento da concentração de energia nas fontes usadas pelo homem : 1. Lenha, depois 2. Carvão (A Inglaterra deteve um império graças a esse insumo). 3. Petróleo (EUA tem reservas e não usa, e outros países - oriente médio fizeram muita riqueza com exportações). 4. Agora temos o urânio. O Brasil tem a sexta maior reserva com 1/3 do território explorado. Não faz sentido abrirmos mão de tal potencial. As estimativas atuais apontam para uma reserva estima em 309.000 ton/UO2 natural. Se as previsões dos geólogos estiverem corretas, o solo nacional contém da ordem de 1.200.000 ton, o que nos tronaria a primeira ou segunda maior reserva desse minério. Devido ao "renascimento dos programas nucleares mundiais"- comentado a seguir", essa condição dá ao país mais uma fonte de geração de riqueza. Devido a essa mesma retomada dos programas mundiais, o Urânio no mercado tem alcançado a cotação de aproximadamente U$240/Kg. O que por um lado é bom (aumenta o saldo comercial nacional), por outra lado é melhor ainda (o custo do combustível nuclear tem pouco impacto no Mwe final da usina, ao contrário das unsinas de GN, comaprativamente.

12. Cenário Mundial – "The Nuclear Renaissance"
O mundo atualmente tem repensado a energia nuclear hoje. Para efeitos comparativos, veja o status da retomada dos programas nucleares no bloco das nações consideradas como parceiros estratégicos para a União européia - BRIC : Brasil - 4 novas usinas, Russia - 25, India - 24, China - 26 novas usinas planejadas nos próximos 20 anos. Até o IPCC recomenda Nuclear no seu terceiro relatório . Ao final, fontes de informação são passados. Alguém já disse que a Europa vai acabar com Energia Nuclear, e isso seria um motivo para não retomarmos o nosso programa. Isso é parcialmente equivocado. Na Inglaterra novas usinas são planejadas, com base nos discursos de seu primeiro-ministro. Na Alemanha estão desativando algumas, (alguns dizem que isso vale até o partido verde deixarem o poder). Na Finlândia está sendo construída a primeira usina mindial de terceira geração (entre no website da AREVA e confira). Ásia e EUA estão fortemente retomando os programas nucleares. Até na África do Sul (onde tem 1 reator) e na Austrália tem se falado em usinas térmicas com base no urânio. Eu diria que no Brasil os planos são relativamente até modestos comparados a esses paises. Isso porque nossa base é hídrica. Térmica é só firmar essa fonte. Sabe quantas usinas os EUA tem ? 104. Planejam + 28. Sabe quanto da França é gerado por Energia nuclear ? Mais de 70%. Japão ? Mais da metade. Não só Angra 3 vai ser PWR, mas como grande parte do aumento da frota de usinas que estão sendo construídas no mundo. É estimado um crescimento do setor entre 15 a 60% nos próximos anos. Uma boa fonte de consulta : http://www.amazon.com/Nuclear-Renaissance-Technologies-Policies-Future/dp/0750309369/ref=pd_bbs_sr_1/104-8413115-9955100?ie=UTF8&s=books&qid=1184787294&sr=8-1

13. Decisão já tomada pelo poder executivo
A decisão final da retomada de Angra 3 foi de um conselho (CNPE), após um longo processo de discussõs exaustivas, consumindo inúmeras reuniões interdisciplinares, num processo que vem se arrastando (para quem tem acompanhado) desde 2001, e que será ratificada (aparentemente) pelo Chefe do poder Executivo do nosso país. Vivemos num estado livre de direito e de opiniões (graças a Deus não estamos na Venezuela) e temos que conviver com as leis e decisões tomadas pelos poderes democraticamente . Eu não votei no Lula, mas concordo com essa sua decisão que vai tomar. Alguns votaram nele e estão descontentes com esse ato. Vivemos num país democrático, não ? As muitas opiniões contrárias à retomada da usinas são livres (não necessariamente fundamentadas, como o caso dessa coluna publicada), mas caso o IBAMA não encontre uma razão para impedir o licenciamento da usina, gostando ou não, teremos uma terceira usina nuclear no país.

14. Comentários finais
Angra 3 (junto com outras 4 no nordeste e no sudeste) será construida porque é suportada por vários argumentos técnicos e vantajosos (seja do ponto de vista econômico ou técnico), conforme alguns dos já citados. A democracia nos permite discutir essas questões (e outras) e os fatos e dados no final falam por si. As diferentes opiniões de todos os setores (ditos "ambientais" ou não) são importantes. Opiniões contrárias nos fazem reexaminar nossos pontos de vista e estudar mais profundamente o assunto discutido. Há risco em Angra 3 ? Claro que sim. Porém são riscos aceitáveis. Preferimos outro apagão ? A base no Brasil é Hidrica, mas térmicas serão cada vez mais necessárias.
Por fim, foi dito que "Em abril de 2005, a então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, declarou que "não é hora de fazer Angra 3, porque você tem outras alternativas renováveis mais baratas". Essa era a posição do governo quanto à política energética naquele momento. Como então explicar, dois anos depois, uma mudança tão radical na opinião do Planalto?". Para responder a essa pergunta, eu citaria um ditado popular conhecido: "Só as pessoas inteligentes mudam de opinião".

Em relação à Energia solar:
A potência produzida por um painel solar residencial é da ordem de 2kw. Se formos comparar esta potência com a potência fornecida por uma usina nuclear como Angra2, que produz 1350mw, ou com a usina hidrelétrica de Itaipu que produz 14.0Gw veremos que seria necessário a comparação com milhares de painéis solares além das baterias necessárias para acumular a energia nos horários em que não há sol. Além do custo elevado, alguns destes materiais podem ser muito poluentes e perigosos como o chumbo, o mercúrio, e o cádmio das baterias para armazenamento.

Outra alternativa : Energia Eólica:
Emissão de ruídos (devida ao funcionamento mecânico e ao efeito aerodinâmico) Impacto visual (efeito de sombras em movimento e reflexões intermitentes) Impacto Ambiental (alguns parques podem estar localizados em zonas de migração de aves (e.g Califórnia - águias) Interferências eletromagnéticas (reflexões de ondas) Se não venta não tem energia, o que leva à :
Tem que armazenar energia (capacitiva), o que leva a baixa eficiêcia (de 10 a 15%) e altas perdas.
Além do custo elevado por Mwe gerado, alguns destes materiais utlizados nas baterias de armazenamento podem ser muito poluentes e perigosos como o chumbo, o mercúrio, e o cádmio. Mesmo assim o Governo nacional tem investido nessa fonte, através do PROINFA, e o custo é feito um "rateio" com outras fontes energéticas.

Correio Braziliense (Jul/19):
Usinas de Jirau e Sto. Antônio (Rio Madeira) = R$22Bi
Linha de Transmissão Rondônia - São Paulo = R$10.4 bi
Potência das usinas = 6.6Gw
Angra 3 - 1.3Gw
Investimento = 3.7U$bi (~ 7R$ bi)
Relação investimento/potência
Madeira = 4.98R$bi/Gw =
Angra 3 = 5.38R$bi/Gw

Considerando que Angra 3 não vai alagar demais para a barragem (gerar metano, certo?), já tem equipamentos comprados, vai ser o ponto de equil. do ciclo do combustível, tem bom histórico de segurança operacional, eu diria (baseados nos números acima) que são usinas viáveis do ponto de vista de planejamento energético.

Nos EUA - O Governo Bush anunciou corte de impostos para as corporações que investirem em novas plantas nucleares. Já foram anunciadas várias depois disso. Veja em : http://www.nrc.gov/reactors/new-reactor-licensing.html

From http://www.eia.doe.gov/cneaf/nuclear/page/at_a_glance/reactors/nuke1.html

- Turkey Point, St. Lucie are owned by Florida Power & Light
- VC Summer plant is owned by its operator, the South Carolina Electric & Gas Company
- Millstone is owned and operated by Dominion Generation. Dominion Resources, Inc
- 2 units of Indian Point are owned by Entergy Nuclear Operations
- Pacific Gas & Electric Company owns and operates the Diablo Canyon plant
- The 3 Palo Verde plants are operated by the Arizona Nuclear Power Project and owned by Pinnacle West.
- Etc, etc...

É missão do governo garantir investimentos em infra-estrutura, com recursos prórpios ou procurando parcerias, ou incentivando (corte de impostos) o desenvolvimento desse mercado.

A Dominion (http://www.dom.com/about/stations/index.jsp) investe em tudo que é fonte de geração - incluindo nuclear - aqui nos EUA e Canadá. E que isso foi feito com FINANCIAMENTO de bancos privados e alguma ajuda do governo, mas como são usinas antigas, a grande parte já foi paga. Teve ter mais exemplos. São mais de 400 reatores comerciais no mundo. Temos necessariamente que deixar para o setor privado a missão de gerar energia ? E se ninguém se interessar ? Vamos viver no escuro ? O investidor quer lucro. Se ele tiver a garantia que a TIR do investimento é atrativa ele bota dinheiro. Obras de infra-estrutura não necessariamente tem uma TIR alta, mas são importantes para o pais. Vc botaria R$ em Angra 3 com TIR de 10,5% para uma tarifa de R$138,14 (foi apresentado no X CBE, no hotel da Glória no Rio). Pinguelli, Tomasquim, tava todo mundo lá. Os recursos vem da Eletrobrás + BNDES + Bancos Franceses. Isso quer dizer TN ?
Fazendo um cálculo, assumindo que as usinas não vão operar a 100% (A térmica dá na média 85%. A eólica 10 a 15%), a diferença final entre os dois parques vai ser :
Nuclear - 1350*0.85=1150 aprox. MWh
Eólica - 9200MWh*0.125 = 1150aprox MWh
Em 60 anos (+24 horas, vezes 365 dias, vezes 1150 - que é a potência elétrica média final de Angra 3 ou de um parque eólico equivalente -em MWh) Vai dar então : 60*24*365*1150= Aprox. + de R$ 600 Bi.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tarifa_de_energia_el%C3%A9trica

Será que não vamos deixar para as gerações futuras uma sociedade + pobre + violenta com menos desenvolvimento comparativamente se escolhermos eólica, por causa do preço adicional a ser pago ? Fico pensando o que seria do Japão hoje se eles não tivessem esas usinas que fornecem 55% do seu consumo. O que seria da França (com mais de 70%)? O que seria dos EUA (com 103+28reatores)? Será que eles seriam potências mundiais ? Vi um comentário de uma senhora (que mora no Japão) que ela prefere ter as usinas pq senão não iriam ter eletricidade (que é importante sobretudo no inverno lá). Esse países pensaram no legado para as gerações futuras? Eu acho que sim. Tão entregando para os seus filhos e descendentes um país próspero, forte, muito emprego e renda. Baixa violência (...tirando uns doidos que aparecem aqui nos USA) e boa educação e saúde. Acredito que se fosse para abandonar a idéia de gerer eletricidade pela opção nuclear, o homem deveria ter feito isso à 12000 anos de operação de reatores equivalente atrás. Angra 3 vai ser importante por várias razões (+energia+emprego+estabilidade setor nuclear nacional+etc). Será que faz muita diferença estocar rejeitos (NA PRÓPRIA INSTALAÇÃO) de uma usina a mais? Quem dera todas as usinas pudessem armazenar seu próprio lixo em suas fábricas.

Moral da história : Vamos continuar com 90% com base nahidrelétrica e o resto fazer um mix para diversificar para garantir uma segurança de abstecimento, correto ? Angra 3 só vai manter os mesmos 5% da energia nuclear na matriz brasileira no futuro. Entre hidrelétrica e eólica, eu fico com a hidro. Entre nuclear e GN (por causa do Morales), hoje eu fico com a nuclear. Antes o GN tava bombando. Mas devido à crise na Rússia/Califórnia e Bolívia (sem contar Global Warming), o GN (quem diria...) ficou menos atrativo.

15. Fontes adicionais de consulta e outras informações disponíveis :
- http://www.eletronuclear.gov.br/pdf/relatorio_de_impacto_ambiental.pdf
- http://www.nucleartourist.com/ (apresenta os pós e contras dessa opção de energia).
- http://www.nrc.gov/reactors/new-reactor-licensing.html (é a "CNEN" americana). Lá são apresentados os planos das empresas operadoras. 28 pedidos para novas plantas (de terceira geração) foram já anunciados.
- http://www.uic.com.au/nip02.htm (os planos asiáticos de construção de novas plantas aqui são apresentados). É o lugar no mundo onde isso tem mais crescido (maior demanda de energia face ao crescimento desenfreado). 109 em operação, 18 em construção e mais 110 usinas são planejadas.
- (http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/4713398.stm . Na Europa é a situação é ambígua. (considero a BBC como uma fonte mais imparcial). Existem lá 173 reatores em operação. São esperados construções na Inglaterra, Ucrânia, Finlândia, França, Bulgária. Outros como Espanha (com 9 plantas), Alemanha (com 32% vindo da Nuclear) anunciaram desativação dos programas existentes.
- http://www.iaea.org/. Organização principal de controle de instalações nucleares mundial. Referência principal para informação de como estão os operando as mais de 440 usinas nucleares mundiais e os planos de expansão dos parques nucleares de diversos países.
- http://super.abril.com.br/super2/revista/materia_revista_240343.shtml Recente reportagem divulgada pela editora Abril.

O que é bom para os gringos não é necessariamente bom para nós Brazukas. Eles usam pouca energia renovável. Já a Gente usa demais. A geração elétrica por hidro no Brasil é mais de 90%. O que por um lado é bom, por outro a gente fica dependente demais de São Pedro (vide apagão de 2001). O que os especialistas dizem é que precisamos de energia firme independente dos caprichos da natureza. Sol ou eólica = hidro. Depende das condições do clima. Entre elas e a hidro, eu fico com a segunda. Antes o GN tava bombando. Mas devido à crise na Rússia/Califórnia e Bolívia (sem contar Global Warming), o GN (quem diria...) ficou menos atrativo que nuclear.

7:22 PM  

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