DÓLARES, GO HOME!
Os defensores do dólar como "moeda franca" das finanças internacionais devem estar com a orelha em pé - e ardendo.
Primeiro, Chávez propôs criar o Banco do Sul, para esvaziar o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID, hegemonizado pelos EUA) e financiar projetos de infraestrutura na América do Sul sem a utilização do dólar. Agora, são Brasil e Argentina que, ao discutir o comércio bilateral, dão mais um passo na tentativa de embotamento da moeda estadunidense.
Segundo o jornal Valor Econômico desta quarta (11), "Brasil e Argentina discutem adoção das moedas nacionais no comércio bilateral" a partir de 2007. Essa iniciativa vem no contexto do finaciamento, pelo Bndes, de mais de 30 projetos de infraestrutura na Argentina e foi divulgada ontem, em Buenos Aires, pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, após ter-se reunido com a ministra argentina da Economia, Felisa Miceli.
Brasil e Argentina querem utilizar apenas real e peso, quando transacionarem entre si. Os negócios entre os dois países deve alcançar 20 bilhões de dólares em 2006.
Há cerca de mês e meio, o ministro da Fazenda, Guido mantega, ex-presidente do Bndes, já havia discutido com Miceli, no Rio de Janeiro, uma ação cooordenada dos dois países na reunião conjunta do Banco Mundial e FMI, que se realizou em setembro em Cingapura.
Miceli já está articulada com a área econômica do governo venezuelano para tocar a idéia do Banco do Sul. Tudo no âmbito da geoestratégia de afastamento da influência dos EUA na América do Sul.
Mas, em dissonância com o Brasil, que prefere manter relações mais pragmáticas com a grande nação do norte.
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