terça-feira, julho 25, 2006

QUE BOM: DOHA FOI SUSPENSA!

Nem todo mundo lamentou a suspensão da Rodada de Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC), depois de quase cinco anos de negociações.

A Rede Brasileira pela Integração dos Povos (REBRIP), integrada por dezenas de ongs, sindicatos e outras organizações sociais, que acompanha e critica a evolução da OMC, comemorou “o colapso das negociações“.

Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira (24), a Rebrip lembrou que “desde que a OMC foi criada (...) estas organizações vêm questionando a validade das premissas da instituição [a OMC] e denunciando as graves conseqüências que o fechamento [conclusão] desta Rodada poderia causar para os povos das diversas partes do mundo”.

No texto, Gonzalo Berrón, membro da coordenação da Rede e da secretaria da Aliança Social Continental, diz que “a Rodada de Doha nunca foi em prol do real desenvolvimento dos povos e sim uma estratégia dos países ricos e das empresas transnacionais para conseguir mais e mais mercados”. Para ele, “a suspensão das negociações é uma grande vitória para as organizações e movimentos sociais que resistiram à ALCA e ao livre comércio no Brasil, nas Américas e no mundo e que temos que sair nas ruas para comemorar”.

Segundo a agência de notícias Reuters, a suspensão da Rodada de Doha ocorreu depois que as principais potências mundiais não conseguiram avançar na última tentativa de superar as diferenças para refomar o comércio agrícola mundial, fundamental para o sucesso da rodada. "As negociações da OMC estão suspensas", afirmou o ministro de Comércio e Indústria indiano, Kamal Nath, a jornalistas.

Quando perguntado sobre quanto tempo poderia durar esta suspensão, ele respondeu: "Alguma coisa entre meses e anos."

Quatorze horas de conversas entre os países do G6 -- Austrália, Brasil, Índia, Japão, União Européia e Estados Unidos -- não chegaram a um avanço sobre o tema no domingo.

A União Européia e a Índia responsabilizaram os Estados Unidos pelo colapso, dizendo que Washington pediu uma compensação alta demais para reduzir em cerca de 20 bilhões de dólares seus gastos anuais com subsídios agrícolas”.