HAJA GROTÃO PARA TANTOS LULISTAS
“Um imenso grotão?
OTÁVIO VELHO
“(...) Despercebidas das camadas médias das nossas metrópoles, transformações importantes vêm ocorrendo, ainda que as disparidades sociais permaneçam imensas. Pois é em ambientes como esses que muitas vezes são implantados os programas sociais do governo. Ou seja, esses programas não só não partem do zero como também demonstram capacidade de afinar-se com o que já vinha se dando.
"(...)habitantes dessas regiões em geral sabem disso, o que explica por que nessas eleições votaram maciçamente em Lula -figura certamente paradigmática e com a qual estabelecem uma comunicação que não é só a das palavras. Assim, votaram não por terem sido submetidos a uma nova servidão, pois o que está em jogo é a libertação do cativeiro, inclusive do cativeiro político, substituído por uma disponibilidade para o estabelecimento de parcerias com os agentes sociais que estejam dispostos a se aliar a eles.(...)
“Ainda está por se fazer a teoria econômica e social de tudo isso. Mas a eleição que agora termina teve o mérito de não deixar que se continue a ignorar o que se passa, mesmo à custa de muita perplexidade. Isso porque a grande votação de Lula não permite que a consideremos como oriunda dos grotões: é impossível que haja tanto grotão assim. Além do fato de que não foram os grotões que elegeram Maluf e Enéas; e não foi o suposto centro que derrotou Severino Cavalcanti e ACM.”
Esses trechos são do artigo que Otávio Velho, professor emérito de antropologia do Museu Nacional da UFRJ, publica hoje na Folha de São Paulo.
Para os assinantes da Folha, clique em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz3110200608.htm para ler o artigo na íntegra.
1 Comments:
Gostei dpo blog...parabéns pelas reflexões.
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